domingo, 5 de fevereiro de 2012

Magnitude sete ameaça Grande Lisboa

Geólogo identifica falhas sísmicas “provavelmente activas”


“Existem três grandes falhas sísmicas que afectam a região da grande Lisboa e que são muito provavelmente activas: a Falha de Vila Franca de Xira, a Falha do Pinhal Novo e a Falha de Samora Correia – Alcochete”. Esta é a principal conclusão de um recente estudo realizado por Carlos Cancela Pinto, investigador da Unidade de Recursos Minerais e Geofísica do Laboratório Nacional de Energia e Geologia (LNEG).

O geólogo revelou que “foi calculado o sismo máximo expectável para cada uma das falhas e chegou-se à conclusão que a primeira poderá gerar um sismo de magnitude 7.06, a segunda de 6.42 e a terceira 6.52”.

A descoberta permitiu “identificar as falhas geológicas capazes de gerar sismos, destruição e perda de vidas na região da grande Lisboa”, afirma Carlos Cancela Pinto.

Do ponto de vista económico, político e de ordenamento, o cientista considera necessária uma “maior atenção e compreensão destes eventos de forma a prevenir os efeitos de uma catástrofe natural” como é um sismo. “Recordemo-nos do sismo do Japão de 2010 que, apesar da magnitude 9.0, a destruição causada pelo sismo foi pequena devido a politicas consistentes de construção e protecção civil”, exemplifica.


Identificação de estruturasPara realizar este trabalho, o geólogo utilizou uma 

As falhas assinaladas a tracejado indicam falhas prováveis
“metodologia inovadora em Portugal”. Foram congregados dados num programa informático utilizado pela indústria petrolífera, Openworks Landmark, com o objectivo de compreender e identificar as principais falhas da região. Foram utilizados dados geofísicos, catálogos sísmicos, dados de altimetria, sondagens geológicas e furos profundos providentes da indústria petrolífera, bem como cartografia geológica de superfície recentemente actualizada.

Com base nos resultados obtidos foram interpretadas novas falhas que “são muito possivelmente estruturas activas, pois no registo dos dados de sísmica de reflexão afectam formações geológicas mais superficiais”.

Finalmente, calcularam-se as magnitudes dos sismos máximos expectáveis para essas novas falhas identificadas e para as já anteriormente conhecidas. Verificou-se que sismos de magnitude superior a 6 poderão ocorrer nas falhas identificadas, em consonância com o registo histórico.



Fonte: CiênciaHoje


Este trabalho poderá abrir portas para novos projectos científicos que corroborem (ou não) as falhas identificadas e que melhorem a compreensão da Bacia Terciária do Vale Inferior do Tejo”

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